Fevereiro roxo: conscientização e informação para garantir qualidade de vida a quem vive com lúpus, fibromialgia e alzheimer

Neste mês, a Cemig Saúde adere ao Fevereiro Roxo em busca da conscientização das doenças lúpus, fibromialgia e alzheimer. Sob o lema “se não houver cura, que ao menos haja conforto”, o objetivo da campanha é unir esforços para promover informações, apoio e esperança para aqueles que vivem com essas doenças incuráveis. Não é porque não tem cura que não haverá qualidade de vida. Devido aos avanços da medicina, atualmente, existe um arsenal terapêutico para que o paciente viva bem.
Importância da conscientização
Diversos mitos cercam as doenças reumatológicas e não seria diferente com as que fazem parte do Fevereiro Roxo: o lúpus eritematoso sistêmico e a fibromialgia. Apesar de doenças distintas, ambas trazem muitas inquietudes aos pacientes que recebem o diagnóstico. Isso acontece devido à falta de informação. Por exemplo, no senso comum, há a ideia de que mulheres com lúpus nunca poderão engravidar, o que não é verdade, pois com o controle da doença e acompanhamento profissional, é possível concretizar o sonho de ser mãe. Uma outra questão a ser esclarecida é a de que o lúpus não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa não passa a doença para a outra por meio do contato físico.
Diferentemente do que muitos pensam, a fibromialgia não gera deformidades físicas e seu tratamento envolve a realização de atividade física, o que desmistifica a ideia de que o paciente só melhora com o repouso.
Derrubados os principais mitos, agora é momento de entender as principais características dessas doenças.
Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
É uma doença autoimune, ou seja, o sistema de defesa do organismo do paciente reage contra ele mesmo, levando à lesão de órgãos e inflamação nas articulações.
“O lúpus tem como principais sintomas dor articular, fadiga, lesões de pele, mas pode
acometer outros órgãos e sistemas como os rins, cérebro e o coração, impactando
negativamente na qualidade de vida das pessoas. Por exemplo, um paciente com artrite
associado ao LES pode ter dificuldade em realizar suas atividades diárias, aquele com lesões de pele pode se sentir desconfortável esteticamente, deixando de participar de atividades importantes do trabalho e da vida pessoal. Além disso, o acometimento de órgãos nobres como os rins e o cérebro pode estar associado a risco de vida. Por isso, o diagnóstico e tratamento adequados são fundamentais para garantir a qualidade de vida dos pacientes.”
Iara Fernandes Pinto Abreu, médica reumatologista do Centro de Infusão Compartilhado (CIC).
Para a identificação do lúpus são usados critérios classificatórios de estudos científicos, que foram aprimorados ao longo dos anos. Eles englobam características clínicas (queixas do paciente e exame físico) e exames laboratoriais. Ou seja, não é apenas com um único exame que se conclui o diagnóstico da doença. Queixas como dor articular, lesões de pele, maior sensibilidade cutânea à luz ultravioleta, aftas orais, queda de cabelo significativa, emagrecimento e fadiga são sinais de alerta que devem ser investigados. Essas queixas, quando somadas a alterações nos exames laboratoriais ou de imagem, podem determinar o diagnóstico da doença.
O uso de protetor solar, a cessação do tabagismo, a prática de atividade física e alimentação saudável são parte importante do tratamento. Além disso, medicações imunossupressoras, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser prescritos por profissionais habituados a tratar a doença, como os médicos reumatologistas.
Fibromialgia
É uma doença crônica que provoca dor musculoesquelética difusa, mas que não está associada a inflamação ou lesão no local da dor.
Os sintomas principais são dor difusa, fadiga, alteração de sono, alterações de humor, piorando também a qualidade de vida de quem a possui. Os pacientes queixam-se de que não conseguem ter um bom rendimento em suas atividades laborativas e sociais. Há ainda alterações na concentração, na memória e, muitas vezes, até receber um abraço carinhoso pode ser doloroso.
“Não há exames na investigação da fibromialgia. Seu diagnóstico é clínico e pensado quando o paciente apresenta os principais sintomas. Sempre é importante excluir outras doenças que podem demonstrar sintomas semelhantes como o hipotireoidismo ou alguma outra doença autoimune”.
Iara Fernandes Pinto Abreu, médica reumatologista do Centro de Infusão Compartilhado (CIC).
O principal tratamento não medicamentoso para a fibromialgia é a atividade física. O paciente que consegue iniciar atividades de forma leve como uma hidroginástica e caminhadas, com evolução progressiva, observa uma melhora significativa dos seus sintomas. O acompanhamento psicológico também é importante devido às alterações de humor frequentemente associadas à doença. Além dessas medidas, podem ser usadas medicações analgésicas, antidepressivos e outros medicamentos que controlam a dor crônica.
Parceria Conexão Saúde e Centro de Infusão Compartilhado (CIC)
Todos os beneficiários da Cemig Saúde contam com o Conexão Saúde para resolver as demandas de saúde. Nas clínicas da Atenção primária à Saúde, um time altamente capacitado trabalha em conjunto para oferecer um cuidado individualizado e de excelência a cada beneficiário. Esses times são compostos por médicos de família, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, farmacêuticos e outros profissionais de saúde. É importante fazer o acompanhamento contínuo com o médico de referência para identificar possíveis sinais de alerta. Nos casos das doenças reumatológicas, o paciente pode ser encaminhado do Conexão Saúde para o Centro de Infusão Compartilhado (CIC). Lá é feito o diagnóstico correto do lúpus e da fibromialgia, uma vez que o corpo clínico conta com o reumatologista, médico que conduz o tratamento desses pacientes, sempre contando com o apoio de uma equipe multidisciplinar. Além disso, para o tratamento do lúpus existem algumas medicações imunobiológicas imunossupressoras que são administradas no CIC.
Alzheimer
A conscientização do alzheimer e a importância do diagnóstico precoce também são parte do Fevereiro Roxo.
A forma típica da doença de alzheimer manifesta-se inicialmente com alterações de memória recente, como dificuldade para lembrar de fatos dos últimos dias e semanas; prejuízos de atenção – comumente o paciente esquece onde guardou alguns objetos, erros ao cozinhar como queimar a comida; podendo haver também prejuízo de linguagem – esquece palavras, fica mais receoso para comunicar-se com os familiares e amigos porque seu vocabulário parece ter reduzido.
A doença de alzheimer tem início, na maioria das vezes, após os 65 anos de idade. De modo que caso essas alterações citadas acima ocorram antes desta idade, devem ser avaliados outros diagnósticos diferenciais. Além disso, a doença não tem um cunho genético ou familiar, o mais comum é que ela seja “esporádica”, ou seja, ocorra por uma série de fatores ambientais, relacionados ao envelhecimento e também em relação a hábitos de vida. Existe a crença de que ter um familiar com alzheimer é conclusivo de que seu filho(a) também terá, porém isso é um mito, pois a doença iniciada após 65 anos não está relacionada à hereditariedade.
Seguindo o objetivo do Fevereiro Roxo, o diagnóstico precoce permite que haja uma organização do próprio paciente e também de seus familiares em relação a questões pessoais, profissionais e planejamentos para lidar de forma melhor com a doença.
“Diagnosticar precocemente a doença de alzheimer possibilita preparar o paciente e os familiares para a evolução da doença. Permite também preparar o ambiente domiciliar e profissional para os ajustes necessários. Além disso, é possível avaliar condições associadas para melhora dos sintomas – correção de alterações de audição, melhora da qualidade do sono, melhora de transtornos de humor, rastreio de doenças metabólicas que podem prejudicar os sintomas (hipotireoidismo, diabetes, dentre outros). Por fim, muitos dos medicamentos utilizados para amenizar os sintomas cognitivos também têm melhor resposta em fases iniciais da doença, de modo que é viável ampliar e estender o período com maior qualidade de vida do paciente, sobretudo em relação à convivência social, seja familiar ou profissional.”
Davi Teixeira Urzedo Queiroz, médico neurologista e responsável técnico do Centro de Infusão Compartilhado (CIC).
Após alguns anos convivendo com a doença, o paciente pode iniciar com alterações comportamentais, alterações de sono e maior nível de dependência de terceiros para realizar suas atividades diárias, de modo que a família precise remanejar suas atividades para exercer a função de cuidador.
“Quem cuida também merece ser cuidado. Vários dados científicos apontam a sobrecarga do cuidador, uma vez que necessita, muitas vezes, reduzir ou abandonar o trabalho, devido à exaustão por noites de sono inadequadas, mudanças de hábitos de vida com redução de atividade física, dentre outros. Assim, é importante olharmos também para quem cuida, acolher, orientar e escutar.”
Davi Teixeira Urzedo Queiroz, médico neurologista e responsável técnico do Centro de Infusão Compartilhado (CIC).
A Cemig Saúde possui uma rede de cuidados para os pacientes, com médicos, hospitais e clínicas credenciadas para que o paciente com doença de alzheimer possa ser acolhido de forma integral: cuidados médicos com neurologistas, clínicos e outras especialidades importantes no tratamento das comorbidades associadas. No Conexão Saúde, uma equipe multidisciplinar com fisioterapeuta para reabilitação das alterações de marcha, além de terapeutas ocupacionais que permitem que o paciente adapte sua vida diária para as dificuldades enfrentadas e fonoaudiológico para auxiliar na reabilitação de linguagem.