Março Lilás e Março Marinho: prevenção e conscientização sobre o câncer
Neste mês de março, duas importantes campanhas de conscientização ganham destaque: o Março Lilás, focado na prevenção do câncer de colo de útero, e o Março Marinho, voltado para a conscientização sobre o câncer colorretal. Ambas são iniciativas fundamentais para educar e incentivar a população a cuidar da saúde, entender os fatores de risco e adotar medidas preventivas eficazes.
Março Lilás: prevenção do câncer de colo de útero
O câncer de colo de útero é uma lesão crônica que ocorre no colo uterino e sua maior causa é a infecção do HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano).
Ele tem início no tecido de revestimento do colo do útero e se desenvolve lentamente, com algumas células normais que se tornam pré-cancerosas e, mais tarde, cancerosas. Essas alterações recebem o nome de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e tendem a se desenvolver lentamente.
Em algumas mulheres, elas desaparecem sem necessidade de tratamento, mas em outras o tratamento é necessário.
Fatores de risco
O início precoce da vida sexual e relações sem preservativo aumentam as chances do câncer de colo de útero. Outros fatores como o vírus HIV (sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana) e o tabagismo também são fatores de risco para a doença.
“O risco de infecção, pelo HPV, é maior em quem tem início precoce da vida sexual e mantém relações sexuais sem preservativo. Paciente portadoras de HIV têm maior chance de desenvolverem o câncer visto que não possuem imunidade para combater o vírus do HPV.Além disso, mulheres fumantes têm duas vezes mais risco de ter câncer de colo de útero do que as que não fumam.”
Joyce Lopes Maciel, ginecologista do Centro de Promoção à Saúde (CPS) da Cemig Saúde.
Vacinação
A vacina contra HPV não é capaz de tratar ou curar uma infecção já existente por HPV. Ainda assim, meninas que já sejam sexualmente ativas devem receber a vacina se estiverem dentro da faixa etária recomendada. A vacina contra o HPV é mais eficaz se administrada entre 9 e 14 anos de idade, de preferência antes do início da vida sexual. Ela pode ser aplicada em pessoas de ambos os sexos até os 45 anos.
“A importância da vacina tem sido mostrada na queda acentuada de câncer de colo de útero nos países desenvolvidos, onde já há vacinação há mais de dez anos. A Austrália já faz planos para erradicação da doença. Hoje, temos duas vacinas contra o HPV, a quadrivalente (Gardasil – encontrada na rede pública) e a nonavalente (Gardasil 9 – encontrada na rede privada).”
Joyce Lopes Maciel, ginecologista do Centro de Promoção à Saúde (CPS) da Cemig Saúde.
Exame Citopatológico (Papanicolau)
Quanto mais precoce o diagnóstico, menos agressivo será o tratamento do câncer de colo de útero. O rastreamento é feito por meio do exame popularmente conhecido como Papanicolau (coleta da citologia cervical) que consiste na análise microscópica de células do colo do útero obtidas por meio de uma leve raspagem. O exame Citopatológico é recomendado para mulheres entre 25 e 64 anos.
“Todas as mulheres devem fazer o Papanicolau anualmente, a partir dos 25 anos. A partir dos 30 anos, mulheres que tiveram três exames de Papanicolau normais seguidos podem fazê-lo a cada dois ou três anos, se fizer o teste de DNA de HPV e for negativo, pode fazer a cada 5 anos. Mulheres expostas ao HIV ou com problemas no sistema imunológico devem fazer o exame anualmente. Mulheres com 65 anos ou mais que tiveram três ou mais testes normais em sequência (e nenhum resultado anormal em 10 anos) podem parar de fazer esses exames.”
Joyce Lopes Maciel, ginecologista do Centro de Promoção à Saúde (CPS) da Cemig Saúde.
Março Marinho: prevenção do câncer colorretal
O câncer colorretal é o câncer de intestino. Hoje, é uma das principais causas de morte devido ao câncer no Brasil, depois do câncer de mama na mulher e do câncer de próstata nos homens. Quando falamos sobre câncer colorretal estamos referindo ao cólon – a maior parte do intestino grosso – e ao reto: a última porção do intestino grosso;
O histórico familiar – parentes de 1º grau com câncer de intestino ou presença de pólipos no intestino – é o principal fator de risco para o câncer colorretal. Além disso: sobrepeso ou obesidade; idade superior a 50 anos; dieta rica em carnes vermelhas e embutidos (salsicha, presunto, defumados); tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas e preexistência de doenças inflamatórias intestinais também aumentam as chances de desenvolver a doença.
Detecção precoce
Segundo a coloproctologista do Centro de Promoção à Saúde (CPS), Renata Magali Ferreira, o exame de colonoscopia aumenta significativamente as chances de cura da doença, o exame é indicado para estimular a prevenção. Quanto mais precocemente a lesão é detectada, quase 98% de chances de cura.
“Mais de 95% dos casos de câncer colorretal são originados a partir dos pólipos, que são lesões benignas. Os pólipos adenomatosos podem ser ressecados, ou seja, retirados durante o exame de colonoscopia, reduzindo, significativamente, a incidência desse tumor. O rastreamento pela colonoscopia é o padrão ouro. A partir dos 45 anos, a colonoscopia é realizada a cada cinco anos. Em casos de presença de pólipos, pode ser repetido em períodos mais curtos.”
Renata Magali Ferreira, coloproctologista do Centro de Promoção à Saúde (CPS) da Cemig Saúde.
Pacientes que possuem histórico familiar de câncer de intestino devem realizar a colonoscopia a partir dos 40. Em alguns casos, o exame é indicado ainda mais cedo. Por exigir uma sedação, preparo, dieta especial, a realização da colonoscopia ainda é um tabu para muitas pessoas. Contudo, os benefícios são muito superiores ao desconforto que o exame pode gerar durante um dia.
“A grande questão é desmistificar que o exame é prejudicial. Todo exame é um procedimento invasivo, com a colonoscopia não é diferente, porém as complicações são pequenas e os benefícios grandes. Quanto mais pólipos são retirados, maior a possibilidade do paciente não desenvolver câncer colorretal.”
Renata Magali Ferreira, coloproctologista do Centro de Promoção à Saúde (CPS) da Cemig Saúde.
Quando o paciente tem o diagnóstico de câncer colorretal, ele é encaminhado para uma equipe multidisciplinar: coloproctologista (cirurgião), oncologista (responsável em dar seguimento quando há necessidade de quimioterapia ou radioterapia). Porém, quando a lesão é muito inicial, apenas a retirada por polipectomia na colonoscopia, resolve a situação, sem necessidade de outros procedimentos.
PSOF
Além disso, o exame que detecta a presença de sangue oculto nas fezes (PSOF) também é fundamental na detecção precoce do câncer colorretal. Recomendado para pessoas entre 45 e 75 anos, este exame deve ser realizado anualmente.
Exames preventivos sem coparticipação até 30 de abril
Em apoio às importantes campanhas de conscientização sobre a prevenção do câncer do colo de útero (Março Lilás) e do câncer colorretal (Março Marinho), a Cemig Saúde traz uma novidade para todos os beneficiários. Até 30 de abril de 2024, a cobrança de coparticipação para os exames Citopatológico e de Presença de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF) foi suspensa. A ação tem como objetivo incentivar e facilitar o acesso a exames preventivos tão importantes.
As mulheres que estão aptas a realizar o exame Citopatológico devem procurar o médico de referência ou os enfermeiros do Conexão Saúde para que a coleta seja feita. Vale ressaltar que, quem optar por realizar o exame com um ginecologista, não receberá isenção da coparticipação da consulta, apenas do exame. Ao realizar o exame em uma das clínicas do Conexão Saúde, além da isenção da coparticipação, você aproveita para fidelizar com a equipe de referência.
Ainda não tem uma equipe de referência, acesse: https://conexaosaude.cemigsaude.org.br/ e encontre a clínica mais próxima de você.
O exame PSOF é fundamental na detecção precoce do câncer colorretal. Para realizá-lo sem coparticipação, é necessário levar o pedido médico emitido pela Cemig Saúde ao laboratório conveniado. É importante seguir as orientações para a coleta do material, que incluem evitar o consumo de álcool três dias antes, não coletar durante o período menstrual ou em caso de hemorróidas sangrantes, e suspender o uso de medicamentos que possam interferir com o resultado do exame, conforme orientação médica. Após a coleta, os beneficiários devem levar material juntamente com o pedido médico ao laboratório.
A prevenção é fundamental na luta contra o câncer. Cuide hoje e sempre da sua saúde. Se precisar, a Cemig Saúde está pronta para cuidar de você!