Mês de conscientização da Saúde Digestiva
Neste mês, em 29 de maio, é celebrado o Dia Mundial da Saúde Digestiva. Instituída pela Organização Mundial de Gastroenterologia, a data tem como objetivo mobilizar e orientar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças do aparelho digestivo.
Um distúrbio digestivo ou gastrointestinal é qualquer problema que acomete o sistema digestivo humano. Doenças como gastrite, refluxo, intolerância à lactose e doenças inflamatórias intestinais (como a síndrome do intestino irritável – SII) são as mais comuns. Algumas condições mais graves como úlceras e câncer também podem surgir. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tumor de estômago é o 4º mais comum entre os homens e o 6º entre as mulheres no Brasil.
Segundo a nutricionista do Conexão Saúde Santa Efigênia, Mariana Ferreira de Alcântara, os principais fatores para o desenvolvimento dessas doenças são infecções e maus hábitos alimentares, como o consumo excessivo de fast food, alimentação pobre em frutas e verduras).
“Alguns alimentos que pioram os sintomas são: cafeína e bebidas alcoólicas, devido à agressão na mucosa do estômago; embutidos, em razão da quantidade de corantes e conservantes, além de frituras que contêm quantidades elevadas de gordura, piorando a inflamação no estômago. O consumo elevado de frutas cítricas também merece atenção, pois elas aumentam o teor de acidez do estômago, principalmente quando se está de estômago vazio. Balas e chicletes também não são recomendados, pois o ato da mastigação indica para o estômago o aumento da liberação de suco gástrico para digestão, ainda que não haja a presença do alimento”, explica Mariana.
O sedentarismo, o hábito de dormir pouco, tabagismo e estresse excessivo também contribuem para o surgimento dos problemas digestivos.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas mais comuns dessas doenças são azia, náuseas, empachamento, retorno do alimento e/ou ácido gástrico, diarreia e/ou constipação e dor abdominal.
Ao apresentar os sintomas, o paciente deve procurar a equipe multiprofissional para avaliação. O ideal é que o paciente faça exames de rotina e passe por consultas com a equipe de referência no Conexão Saúde regularmente. Se ao acompanhar o histórico do paciente e os sintomas, o médico da Família suspeitar de alguma doença digestiva, realizará o encaminhamento para o gastroenterologista – profissional que diagnostica, trata e previne problemas do trato digestivo.
Tratamento
O nutricionista tem um papel fundamental no tratamento pois contribui para a mudança dos hábitos alimentares, orientando e acolhendo o paciente. Mudanças de hábitos simples podem reduzir os sintomas e prevenir algumas dessas doenças. Evitar o consumo dos alimentos que pioram os sintomas e ingerir líquidos junto das refeições, além de melhorar a mastigação ao comer mais devagar são hábitos que podem ajudar na saúde do aparelho digestivo.
“O recomendado é que a pessoa se alimente de forma mais natural possível, evitando alimentos irritantes para o estômago e também observando as suas reações individuais a determinados alimentos. Junto a isso, a mudança no estilo de vida também é recomendada – evitar o consumo excessivo de álcool e cigarro, praticar atividade física e pensar em estratégias para minimizar o estresse”, detalha Mariana.
Uso consciente de medicamentos
Há também o tratamento medicamentoso que ao reduzir a produção do ácido no estômago, alivia os sintomas das gastrites, esofagites, lesões agudas no estômago, dentre outras doenças. Porém, é preciso ficar atento ao uso responsável desses medicamentos.
Ainda que medicamentos como o omeprazol sejam amplamente reconhecidos e muitas vezes acessíveis sem prescrição, é fundamental destacar que seu uso deve ser supervisionado por um profissional de saúde.
“Embora sejam considerados seguros, o uso prolongado pode levar a várias complicações de saúde, que podem variar desde deficiências nutricionais e aumento no risco de infecções até complicações mais graves, como osteoporose e doença renal crônica. Como todos e quaisquer medicamentos, só devem ser usados com prescrição médica” finaliza Mariana.