Tudo o que você precisa saber sobre endometriose: sintomas, diagnóstico e tratamento
A endometriose é uma condição complexa que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Apesar de sua prevalência, ainda é mal compreendida por muitos. Neste artigo, vamos explorar o que é a endometriose, seus sintomas, métodos de diagnóstico e tratamentos disponíveis. Além disso, discutiremos o impacto físico e emocional que essa condição pode ter na vida das mulheres e como a conscientização e o apoio são essenciais para uma jornada de saúde mais positiva.
A endometriose é uma condição na qual o tecido semelhante ao revestimento uterino cresce fora do útero. Esse tecido, chamado de endométrio, pode se desenvolver em outras áreas do corpo, como os ovários, trompas de falópio, intestinos e bexiga, comprometendo suas funções.
“Como resultado, os sintomas incluem dor contínua e agravante durante a menstruação (conhecida como dismenorreia), dor que se espalha para a região lombossacra ou anal, variações cíclicas nos padrões intestinais (como diarreia e/ou constipaçao próximo ao período menstrual), ocorrência de sangramento nas fezes e na urina de acordo com o ciclo, desconforto durante o ato sexual e infertilidade Esses sintomas podem ter um impacto significativo na qualidade de vida e no bem-estar emocional das mulheres afetadas”, explica a médica da Família e Comunidade do Conexão Saúde Santa Efigênia, Maria Thercília Sarmento Darioli.
A origem exata da endometriose ainda permanece incerta, mas existem várias teorias que tentam explicar seu desenvolvimento. Uma dessas teorias sugere que o tecido endometrial, que normalmente reveste o útero, é transportado para trás por meio das trompas de Falópio até a cavidade abdominal durante a menstruação, implantando-se fora do útero. Além disso, acredita-se que fatores genéticos possam predispor algumas mulheres à doença, indicando uma vulnerabilidade hereditária. Alterações no sistema imunológico também podem contribuir para a endometriose, intensificando a resposta inflamatória ao tecido endometrial deslocado, o que leva à formação de aderências e fibrose, com a dor sendo um sintoma central. Outra teoria propõe que, em algumas mulheres, células que deveriam formar o endométrio se localizam fora do útero ainda durante o desenvolvimento embrionário.
Como saber se tenho endometriose?
O diagnóstico da endometriose é, muitas vezes, desafiador, pois os sintomas podem ser confundidos com outras condições ginecológicas. O médico pode realizar um exame pélvico, solicitar exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética para visualizar diretamente os tecidos e confirmar o diagnóstico.
“A combinação de suspeita clínica e exame físico pode indicar a possibilidade de endometriose, mas para confirmar a hipótese são necessárias ferramentas diagnósticas adicionais. Os métodos de imagem mais relevantes para identificar e classificar a endometriose incluem o ultrassom pélvico e transvaginal com preparo do intestino, além da ressonância magnética utilizando protocolos específicos para essa finalidade. Para um diagnóstico conclusivo, o método padrão-ouro é o exame histológico, que geralmente é obtido por meio de uma laparoscopia”, detalha Maria Thercília.
Tratamento
Com o objetivo de aliviar os sintomas, o tratamento pode incluir medicamentos para controlar a dor e reduzir a inflamação, terapias hormonais para suprimir o ciclo menstrual, e em casos mais graves, cirurgia para remover os tecidos endometriais. O tratamento ideal varia de acordo com a gravidade dos sintomas, idade, planos reprodutivos e outros fatores individuais.
“Com a medicação hormonal para interromper a menstruação durante alguns meses, é possível acompanhar se a mulher permanece sentindo dores, mesmo com a ausência de sangramento. Caso as dores persistam, inclusive em momentos de evacuação e relação sexual, o tratamento cirúrgico é indicado para retirada dos tecidos do endométrio que estão aderidos aos órgãos afetados”, pondera Maria Thercília.
Para aquelas que não desejam mais ter filhos, a remoção dos ovários e útero é uma opção de tratamento. O uso de hormônios e anti-inflamatórios pode aliviar a dor, mas em casos de endometriose profunda, a cirurgia minimamente invasiva é preferida para eliminar a doença, seguida de tratamento medicamentoso para minimizar a recorrência. A abordagem multidisciplinar, incluindo suporte psicológico, exercícios e nutrição, é fundamental no tratamento da endometriose.
A importância da alimentação balanceada
Uma dieta enfatizando alimentos anti-inflamatórios e ricos em antioxidantes pode ser benéfica no alívio dos sintomas da endometriose e na prevenção de complicações que pioram o quadro clínico da doença. Esta abordagem dietética busca reequilibrar e fortalecer as defesas naturais do organismo.
“Dê preferência a frutas ricas em vitaminas C e A, alimentos frescos, fontes de gorduras boas como o ômega-3 e proteínas de alta qualidade. É recomendado, sempre que possível, evitar o consumo de alimentos processados, frituras, carboidratos refinados e açúcares, retirando-os da dieta diária”, frisa Maria Thercília.
Conexão Saúde
Cuidar da saúde ginecológica é importante não apenas quando as dores aparecem, mas durante todo o ano. Por isso, é importante manter as consultas de rotina em dia no Conexão Saúde. O médico de referência, que te conhece e acompanha seu histórico de saúde, junto com a equipe multiprofissional das clínicas de Atenção Primária à Saúde, saberá como conduzir o melhor tratamento e orientar práticas para prevenir crises respiratórias.
“Toda paciente que apresente tais sintomas deverá ser acolhida e passar por uma consulta. No Conexão Saúde, além do acompanhamento médico, contamos com uma equipe multiprofissional (enfermeiro, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta) que são fundamentais para somar neste tratamento. Caso o tratamento ofertado na clínica de Atenção Primária à Saúde (APS) não seja suficiente, a paciente é encaminhada ao ginecologista”, explica Maria Thercília.
Ainda não tem uma equipe de referência? Acesse: https://conexaosaude.cemigsaude.org.br/ e encontre a clínica mais próxima de você.